Tantas vezes penso sobre a dificuldade que todos temos na relação com os objetos primordiais de amor das nossas vidas! As projeções, a necessidade de aprovação, as raivas contidas, os laços entretecidos de amor, cuidados e expectativas.
Compreender melhor os vários aspectos que nos unem e nos separam de nossos pais é de importância tão fundamental no processo terapêutico porque é nessas relações que se formam as nossas feridas de amor. E poder olhar para elas com mais profundidade para curá-las, faz todo sentido, na minha visão que se aprofunda cotidianamente no consultório.
Costumo dizer que precisamos olhar para nossas pais como 4 figuras; nosso pai e o homem que ele é, nossa mãe e a mulher que ela é. Pois só assim podemos começar a separar o que é nosso e o que é consequência de ter tido como mãe uma mulher do tipo Ana ou Márcia, e como pai um homem do tipo Augusto ou José!
Olhar para suas personalidades, desejos, frustrações, belezas, limitações e virtudes para além da maternidade ou paternidade que exerceram para nós, nos possibilita ir limpando, clareando, compreendendo, perdoando e assim escolhendo qual versão de nós mesmos queremos ser. Aquela mais profunda de nós, nosso eu verdadeiro, ou SELF para Jung, ou aquela PERSONA moldada pelas experiências e emoções vividas ao longo da vida e que vai nos tornando alguém reativo e automático, sem escolha consciente.
Ver essa transformação ao longo do processo terapêutico é o que mais me encanta no ser humano!
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