quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Porque é tão difícil colocar-se no lugar do outro?


"Quando ele toca nesse assunto, não sei o que acontece, mas fico fora de mim, irritadíssima!"

"Teve uma situação que me chateou bastante. Fiquei magoada com a atitude dela. Agora também não ligo mais!"

"Esse final de semana fiz um programa que nunca faria se não tivesse sido obrigada por uma amiga. O lugar era totalmente fora do circuito que costumo frequentar, mas sabe que eu me diverti à beça? Nunca imaginei..."

O que essas falas tem em comum?

Todas expressam sentimentos causados por situações do dia a dia que afetaram cada um de uma maneira, mas que foram percebidos como reações recorrentes na história de vida. 

Uma reação automatizada diante de fatos, circunstâncias, palavras, pessoas, - ou seja, situação A reação B, sempre, independente de variáveis com certeza presentes, sem reflexão -, é um sintoma do enrijecimento da nossa visão de vida e mundo. 

Para Jung, reagimos de maneira automatizada, inconsciente, em função dos complexos que vão se formando ao longo do processo individual de viver, relacionar-se, sentir. Complexos são experiências afetivas repetidas numa mesma direção e que formam então, algo como um nódulo energético que suga grande parte da nossa energia vital/psíquica e direciona nossa visão de mundo. Em função dos complexos, só ouvimos o que queremos e sentimos o que podemos.

Por isso é tão difícil entender a visão de mundo, a conduta, a atitude, a ação do outro. Em cada SER, seus complexos. Para cada complexo, reações inconscientes, autônomas.

E por esse mesmo motivo é tão importante que saibamos como as coisas funcionam em nós, nos conheçamos e possamos buscar ampliar a cada momento nosso espectro de consciência; e então fazer nossas próprias escolhas de conduta, independentes, diferentes ou iguais, mas conscientes. E não mais viver sendo conduzidos pelos nossos complexos, padrões de comportamento impostos, inconscientes.

Na prática do processo terapêutico não há nada mais valioso do que o movimento que cada um vai fazendo em direção à liberdade de SER, inteiro, independente de.


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